PARALISAÇÃO DE 14.04.2015
POR QUÊ?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as questões a
serem resolvidas com o funcionalismo público vão muito além da negociação
salarial. Há muito tempo a classe da educação municipal de Gramado está
reivindicando o seguinte:
* Redução da carga horária de 25 horas semanais para 20
horas, uma vez que a carga atual – apesar de constar no Plano de Carreira do
Magistério – é bastante abusiva, pois temos reuniões, eventos e cursos de
formação intermináveis, além de várias horas dedicadas ao planejamento de aulas
e de projetos e também à correção de provas e de trabalhos que temos que fazer
em casa. Aliás, não temos direito a ter vida pessoal, nem a cumprir
compromissos em outras escolas nas quais trabalhamos. Temos que estar sempre
disponíveis para os horários que nos são impostos.
* Apesar de estar publicado na mídia que nós, professores,
já estamos desfrutando do 1/3 da carga total para horas-atividades, isso não é
verdade. A maioria das escolas não tem ideia do que seja desfrutar disso e
outras poucas desfrutam parcialmente.
* Um grande ABSURDO: soubemos que a Secretaria de Educação
está cogitando a possibilidade de descontar o tempo de recreio dos professores
de 10 minutos diários no 1/3 das horas-atividades. Inclusive a Educação
Infantil nem tem esse intervalo, trabalhando 6 horas sem interrupção. “É a isso
que chamamos de Educação de Qualidade? É isso que considera qualidade um
município que leva um certificado de ISO 9001?”. Mas o 1/3 da carga horária aos
professores, sem aluno, é Lei Federal há tempo, a qual não vem sendo cumprida
pelos gestores municipais há anos!
* Exceto nas escolas rurais, somos contra as turmas
multisseriadas, como vem acontecendo nos últimos anos. Exemplo: em uma mesma
sala de aula, turmas de 8º e 9º ano. Destacamos que nesse tipo de formação de
turma não conseguimos atender satisfatoriamente a esses alunos. Além disso, o
professor planeja e ministra as aulas para DUAS turmas, mas recebe as horas
como se fosse UMA turma apenas.
* Grande parte da verba do FUNDEB é destinada para o
pagamento dos professores, por isso não entendemos como o nosso aumento
salarial pode sobrecarregar tanto os cofres públicos??
* A exemplo de Parobé/RS, por que Gramado não faz a divisão
do que sobra da verba do FUNDEB entre os professores? Por que devolver verbas
“restantes” se há a possibilidade de “incentivar” os docentes? Inclusive, este
ato de devolução, ocasiona ao município o risco de, no ano seguinte, receber
uma verba menor. Não há coerência nisso, visto que a administração se queixa de
falta de verba para aumentar nosso salário.
* A conquista de um programa de complementação dos ganhos da
aposentadoria ou um regime próprio de aposentadoria.
* Plano de saúde semelhante ao que é oferecido pelo Estado
(IPÊ)
* Reimplantação do difícil acesso, considerando o endereço
do funcionário em relação ao local de trabalho.
* Não remanejamento do professor sem a prévia conversação
com o mesmo, para analisar a opinião e a possibilidade de efetivar isso;
aceitando a negativa, sem assédio moral, caso o professor não queira o
remanejo.
* Respeito pelo número máximo de alunos por turma, tanto no
Ensino Fundamental, como na Educação Infantil. Observando também o número de
alunos, se na turma houver inclusão, mesmo que haja monitor.
* Abono de permanência para quem tem 25 anos de trabalho
(mínimo tempo legal) e 50 anos de idade.
Gostaríamos também de registrar que estamos aguardando,
desde meados de março, o agendamento de uma reunião com a Secretaria de
Educação, para negociarmos a implantação integral do 1/3 da carga horária a
todos os professores e educadores infantis, bem como o equacionamento destas
horas atividades e até agora não tivemos nenhum retorno por parte da secretaria
de educação, o que apenas demonstra o descaso com a classe e a falta de
negociação em assuntos de interesse geral.
Por tudo isso, decidimos fazer um dia de paralisação
responsável e consciente, participando de palestras e de manifestações
respeitosas, mesmo sabendo que estamos sendo ameaçados de perder o valor de um
dia de salário mais um dia de repouso semanal (domingo). No entanto, para nós,
os referidos descontos e ameaças apenas mostram que a administração pública não
está aberta a negociações e ao diálogo.
PARA O FUNCIONALISMO PÚBLICO, GRAMADO FAZ BEM?
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